NA TUA BUSCA

 

 Odilon Fehlauer
 


Escrevo esta mensagem com tinta colhida nas trilhas de poeira do cosmo. Palavras que nos unem no encontro dos sonhos. Imagens visionárias, essências que alimentam o amor.
Inspiro-me na composição do tesão e da emoção. Nelas, localizam-se as tentações incorporando-se com as tuas. Leia-as, envolvida nas cores do arco-íris.
Se houver um momento em que te sentires ausente, carente, releia-as. Lembrarás que alguém sempre estará pairando ao teu redor.
Tu me fizeste construir um sonho que flutua feito lua contra o azul do céu, palco da magia formatada de mulher, emoldurada de encantos sensualizados.
Conduzem excitações ilimitadas, fazendo-me correr descalço entremeio das nuvens, querendo encontrá-la. Animal alado em busca do teu cio – aroma vulcânico que paira na estratosfera.
Teu corpo desnudo me encanta, banhado na calidez rendada do luar - curvas sinuosas, órbita da gravitação. Refletes as matizes do arco-íris, difusas, gerando o fulgurante entardecer na penumbra deixada pelo sol à espera da lua, no embalo do som sideral ressoando na acústica formada pelas estrelas – apogeu e perigeu.
No espaço imenso, um mar vasto espelha colorido, envolto no cismo dos contornos ardentes, onde se eternizam momentos. Vejo nos teus olhos a coloração oceânica, janelas de uma vida, refletirem pingentes das estrelas lazuritas - fada que extasia.
O vermelho crepitante dos teus lábios - aurora boreal – cravo em flor contido da seiva do amor.
Teu olhar de menina, doce sorriso, nascer do dia no qual bebo orvalho, gotas viçosas borrifam teu rosto, numa cópula fremitante – fragmentos de meteoritos.
Precipitado, vasculho tua alma querendo-a inteira num só instante.
Navego em sonhos sublimes e cristalinos, iguais à transparência de anjos emoldurados pelos desejos. Em meu ser germina o néctar de gel – magnetismo de constelações cósmicas.
Na busca ofegante, deixo-me gravitar em teus lábios úmidos, pecaminosos e devassos na cumplicidade, levado pelo salpicar que pinta na cor neutra minha alma, umectando a aura noite adentro - cápsula que acopla na nave.
Num repente, o sol surge traspassando o portal do universo e esvai-se a imagem diáfana – relâmpagos que se fragmentam coruscantes no espaço, cortando a linha divisória dos sussurros e do silêncio.

 

 

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