O
coração palpita novamente
O
romantismo se foi e com ele vários de nossos grandes
Castro Alves, Machado de Assis, entre outros). Deixou
saudades, gestos que até hoje navegam pela imaginação
das mais inveteradas almas.
Não
existe quem não abrigue em sua mente o sonho de
ser mocinho ou mocinha que trocam olhares no embalo
de uma serenata, que carregam em seus olhos o reflexo
da chama amarelada das velas sobre a mesa de jantar
e que trazem nos olhos lágrimas na entrega da rosa.
Voltemos
a realidade e vamos nos situar neste final
de século. O comportamento romântico é tido como
ridículo, mas não há quem não imagine em ficar
sentado horas à espera de um telefonema a fim de
relembrar as palavras sussurradas por quem esteja
do outro lado da linha ; a confecção de frases consideradas ultrapassadas
no
cartãozinho mais ultrapassado
ainda : ficar sem comer, pelo fato de tê-la (o) perdido,
ou passar a comer incessantemente: ouvir músicas
melancólicas com um gosto fúnebre, sem descanso
ou preencher o maior tempo imaginando os passos dela (e).
Não
há quem não tenha o desejo de ser o motivo
da "loucura"e da latente da inspiração ,mesmo
que esta seja desastrada. E os apelidos deixados
nos bilhetes : Gatinho, Fofo, Chuchu, Seu eterno amor, etc,
pseudônimos que
fazem o resto do planeta despencar,
caindo em risos e ele ou ela se sentir realmente
Fofo, Eterno Amor, Chuchu.
Sabemos
que os últimos românticos adquiriram vários
amigos, milhares de seguidores, mas ao contrário do
que muitos pensam o romantismo ressuscitou,
sobreviveu ao mais severo dos sentimentos : a ignorância.
Superou as mudanças de comportamento e perambula por aí firme e forte.
Pode
ter alugado as roupas da modernidade,
mas ainda apresenta as velhas formas que
emocionam gerações . Não o negue. Não há
quem não queira ser o "te"de "Eu te amo".
Sérgio
Augusto Sant'Anna
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