Solitude
Machado de Carlos
O azinhavre marca o tempo de cela,
O teu semblante é a única mensagem
Imagino, no piso, a bela imagem;
Oro com fé um soneto de Florbela!...
A TV medíocre é a fiel janela!...
Aos poucos as traças roem a roupagem
No teto, os picumãs riem; - uma viagem!
Guardo na mente tua face tão bela!
Choro as lembranças!... O momento é negro!
Surge, em sonhos, tua linda silhueta
No cofre de poesias está o segredo!...
Tento limpar os meus olhos opacos,
Mas mal enxergo as vestes, já violetas...
Vendado, não quero mais teu retrato.
Ribeirão Preto, 17 de outubro de 2004.
14h50 min.
visite o site do autor
http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=1192
|