Caneta poetica

Deslizo suave sobre as folhas de outono do papel
Sou dançarina que insisto em manchar todas as linhas
E sobre elas deixar as mais lindas impressões
S?o linguagens do coração em versar sobre amores
E mesmo com certos temores vou saboreando os sabores
O doce e o amargo que em outras folhas já provei

Registro teus desejos e paixões, loucuras e seduções
Vontades que n?o cabem no segundo, pois o vento sopra o tempo
E a cada momento deixo escrita uma pagina com saudades
As verdades que escrevo n?o acontecem, s?o delírios e ilusões
Tento enganar o meu caminho e por isso desalinho
Na ansia e em desatino de iluminar o teu destino

Sou formosa, delicada e elegante
Por isso sou caminhante de ir e vir a teus impulsos
Rabisco e as vezes errante, s?o deslizes do meu cansaço
Mas me sinto protegida no afago terno dos teus dedos
Muitos arrepios em meu corpo no agora desta hora
Aperte-me junto a você, pois meu desejo e ser tua
Desnuda de vaidades, me entrego as tuas vontades
Faca de mim o que quiseres e eu serei os teus dizeres
Em escritos de afazeres vou saciando os teus prazeres

Sou simples e às vezes folheada, tenho todas as cores
Pois na tinta eu me tinjo para enfeitar os teus poemas
Por isso te peco que nunca me jogues fora
Nem t?o pouco me abandones quando chegar o meu final
Mas, se acaso n?o precisares mais de mim
Deixe-me ao menos descansar sobre a tua escrivaninha
E assim ? tua espera estarei, certa de que irei encontrá-lo
Sempre que voltares a escrever...


Candido Pinheiro
14 Fevereiro 2004
Santa Maria - RS - Brasil

 

 


Marcados Pelo Destino

Pelas ruas, perambulando,
de pes descalcos, maltrapilhos,
fedendo a fumaca e cheirando cola,
p?o, dinheiro e carinho, mendigando,
os filhos da miseria humana
para da cruel realidade, fugir,
de drogas se entorpecem
e debaixo de viadutos, dormem,
nas ruas, em qualquer canto,
por jornais, cobertos, tremendo de frio.
S?o homens, mulheres e criancas,
de tudo na vida, desprovidos,
seres humanos maltratados e
pela sua propria condic?o, humilhados.
Pelo destino que tudo lhes negou, marcados.
E a miseria humana
no seio da sociedade alternativa,
ativa, latente, expondo sua dor.
Pelo horror da fome, no corpo, marcados,
esqueletos ambulantes, herdeiros do nada.
E n?o quer calar, no ser pensante,
a prosaica pergunta:
-Ate quando?

Autoria: Simone Borba Pinheiro
Data: 23 / 09 / 03
 

 

 


Se Me Perguntares

Se me perguntares se amei,
direi que sim!
Acreditava que pudesse dar certo,
não enxergava o fim.

Se me perguntares se odiei,
direi que não.
Teus labios beijei, teu sentimento toquei.
Detestaria machucar-te, não sou sem coração.

Se me perguntares se gostei,
direi que sim.
Não foi "eterno, posto que e chama",
mas foi "infinito enquanto durou".

Se me perguntares se ainda quero,
digo que não.
Pois o coração é cego,
mas o meu orgulho não!

Autoria: Andrea Borba Pinheiro