Faxina geral
Marilena
Basso
Acordei triste,
magoada , sem esperanças,
sentindo o cheiro do pó
que está acumulado
dentro do meu coração...
Ele está escuro , dolorido,
comprimido pelas tristezas
que vem se acumulando.
Olho pela vidraça ,
e não vejo o que se passa
lá fora, pois os vidros
também estão sujos...
Sinto que chegou a hora
de parar , pensar e repensar
se eu não estou contribuindo
para que essa poeira forme
uma camada ainda mais grossa
que acabe me isolando
de tudo e de todos.
Eu preciso reagir.
Preciso faxinar o meu coração.
A urgência se faz necessária.
Devo começar limpando as janelas
para que eu enxergue o
meu próximo cada vez mais próximo.
Preciso abrir as cortinas
para que o sol volte
a aquecer a minha vida,
a iluminar as minhas esperanças,
as minhas expectativas de vida,
Vou varrer e jogar porta a fora
todas as mágoas ,
as lembranças tristes,
os ressentimentos...
Ao tirar a poeira também
estarei apagando
os momentos tristes ,
as horas aflitivas.
Ao findar a faxina,
vou colocar tudo de
volta em seus lugares,
mas com a certeza de que
a alma estará limpa e renovada,
o coração estará aberto e vivo,
para receber dos outros,
na mesma quantidade
aquilo que eu estiver
disposta a enviar.
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