Quando começo a pensar
Que sou mãe de dois guris,
Sem que eu perceba
Fico meio bobona,
Trapalhona,esquisitona,
Vou para o mundo da lua
A boca boquiaberta,
O olhar mirando o nada,
Começo a ouvir uma canção:
-"Boi, boi, boi da cara preta,
Pega esse menino
Que tem medo de careta".
De repente sinto um arrepio,
Gostaria de para com o meu
flutuar,
Até queria botar meus pés no
chão.
Mas,sinto uma dor de estomago
Um comichão geral
Só em lembrar
Das mil e uma peripécias
Que com os guris enfrentei
Abro a porta da memória:
Vejo pipas subindo aos céus,
Bicicleta trombando na calçada,
Bola quebrando vidraça,
Forte apache no tapete da sala,
Bolacha esfarelada em cima do
sofá,
Toalha estendida sobre a cama,
Boletim para assinar,
Dois anjos dormindo.
Caio na real,
O tempo voou descompassado,
Os guris se fizeram homens...
Meu coração segue disparado,
Descompassado, exagerado,
Continuo de boca boquiaberta,
As vezes a cabeça atrapalhada
Querendo até usar a razão,
Mas o coração emocionado,
Me deixa com cara de besta
Diante da presença linda
E escandalosamente magnífica
Dos Meus Filhos...