Sem Nome, sem ninguém


Ele não tinha nome,
não tinha ninguém.
Todos lhe davam as costas,
parecia um furado vintém.
jovem ainda, já tão marcado...
Quase um ancião na flor da idade,
sentindo o desprezo das pessoas...
condenado a não viver sua mocidade...
Vivendo ao sabor da obscuridade...
Poucos notavam que sua alma era perfeita,
Seu coração a tudo e a todos
perdoava, coisas que só um
ser maior é capaz de fazer, de aceitar...
Não tinha mão mas, tinha
todos os sentidos, mesmo
assim na comunidade não era
aceito e vivia escondido...
Ele que nascera não sabia onde.
Se é que aquilo fosse nascer...
Trabalhava, era inteligente,
só não tinha direito de vencer!
Em todos os lugares onde andava,
era apontado pelos aleijados da alma
e fugia envergonhado
Certo dia descobriram ser ele de
família de posses, de bem...
E a comunidade inteira gritou:
Ele é um homem maravilhoso,
nós o queremos muito bem!...
 


 Marilena Trujillo