CERTEZA



O vento, dum arbusto te fez tombar
Uma florinha branca, muito pura,
Que, rolando, em lama escura,
As brancas folhas logo foi manchar...



depressa dessa lama a fui tirar,
Com pena dela, e a palpitar ternura
Vi que a florinha branca era tão pura
Que nem a lama a pode manchar



Também na vida há flores que o vento em ira
Sacode rudemente, arranca e atira
Para o lodo do mundo em turbilhão



E talvez conservassem o fulgor,
Se mãos sublimes, límpidas , de amor
Fizessem o que eu fiz à flor do chão.

( Hanid Estela)